segunda-feira, 15 de abril de 2013

Doutor, acho que estou ligeiramente grávida


Como uma boa cria do Discovery Home & Health, o resultado do exame foi para soltar o grito de “eu já sabia” preso na garganta. Passei anos assistindo ao “Eu não sabia que estava grávida” e estava suficientemente traumatizada para não saber o que se passava cá nesse corpo.




Mesmo a líder do movimento certezista, ainda passei um tempo fazendo parte da turma do deixa disso, do gênero “ah, acordei enjoada hoje, mas isso já acontecia”, “ah, meus seios tão assim enormes, mas isso é TPM”, “ah, minha menstruação atrasou, mas iss...”. OPA. Ela nunca atrasava. Hora de procurar o médico. Nem eu, nem o José somos fãs de teste de farmácia. Primeiro porque aqui eles são consideravelmente caros...aliás...pausa aqui, gente. Não cheguei a citar que, por motivos de amor e mestrado, moro em Portugal, pois não? Gravem aí que isso é um dado importante para a compreensão dos próximos episódios.

Retomando.

A certeza por cá também era tanta que melhor ir logo ao médico e dar o assunto por encerrado. Quer dizer, iniciado. Aí foi um tal de se entender com o sistema de saúde público português, um tal de chegar no médico com a cara limpa de quem não sabia o que estava acontecendo e um tal de espetar agulha nesse braço e esperar um fim de semana inteiro pelo resultado. Haja frieza, amiguez.

Abrir aquele envelope e não ter mais dúvidas da gravidez foi...não digo susto, não digo surpresa...nunca consegui classificar. Foi e foi. Estava mesmo grávida “e de que maneira!”, foi o que o médico disse quando viu o resultado da análise. As mulheres não grávidas normalmente têm os níveis de beta HCG a zero, os meus estavam a quase 30 mil!

HCG bombando


Inegavelmente grávida, era suposto fazer o quê? Ligar pra mãe? Ligar pro pai? Ligar pra amiga? Claro que assistir o documentário da Discovery sobre gravidez. ÓBVIO.

Mas qual a lição desse post, coleguinhas? Prestar atenção no seu corpo, sempre, em todos os casos. A minha quase certeza de gravidez veio quando eu identifiquei o “sangramento de implantação”, que ocorre normalmente entre o 7º e o 10º dia depois da concepção. Ele tem um aspecto que lembra muito a menarca e dura uns dois dias. Claro que cada corpo é um corpo, cada gravidez é uma gravidez, mas não custa ficar atenta. Depois disso, vem aquilo que vocês já sabem...os atrasos, as dores nos seios, os enjoos...Esses estão comigo até hoje, do alto dos meus quase 5 meses de gravidez. Desde o início da gestação, o médico prescreveu-me uma coisa mágica chamada Nausefe que, além de dar fim na náusea, dá um sono maravilhoso. Mas como eu sou a revoltadinha dos medicamentos e sei que em algum momento por volta do 3ª mês os enjoos deviam parar, interrompi algumas vezes o remédio. Sem sucesso. Pelo visto, sou daquelas que pode passar a gravidez inteira enjoada. #CHATINHADA

Fato é que estava aberta, desde o dia 15 de janeiro, a temporada dos litros de lágrimas, das surpresas com a notícia, da perda progressiva de cintura, dos maiores peitos que já tive na vida (ALÔ ALÔ GRAÇAS A DEUS), dos amigos sendo tão lindos mesmo à distância e, entre outras coisas, de um José bem paciente com as minhas maravilhosas mudanças de humor e palestras particulares sobre tudo que está acontecendo/vai acontecer com o bebê.

A identidade nipobrasileira eternamente gravada no resultado do exame



4 comentários:

  1. Hahaha... sensacional, sua linda :)
    E digo que li esse texto como se você estivesse me contando, lembrando até do seu sotaque.
    Torcendo para que seus enjoos passem e que você seja cada dia mais feliz aí na terrinha do além mar.
    Bjos saudosos.

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    1. Obrigada, lindona!
      Com ou sem enjoos, as coisas seguem ficando melhores.
      Saudade!

      :**

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  2. Uma lagriminha no canto do meu olho direito. E um sorriso gigante no meu rosto hahaha <3

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