quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Confissões de uma grávida trollada

Sim, estou bem grávida ainda. Ainda como quem diz, porque só ontem completamos 39 semanas. Porém, entretanto, contudo, todavia, há muito tempo pipocam recados, inbox, mensagens perguntando CADÊ MALU? Vocês pensam que ela se abala com essa pressão social? Neeem confiança. Vou confessar que tenho minha culpa no cartório por ter soltado por aí que ela viria antes da DPP porque eu estava sentindooooo e não sei o que. Tretas. Não teve lua cheia que fizesse ela sair daqui. Definitivamente estou carregando uma virginiana convicta (Deus me proteja!). Agora tá a torcida do Flamengo ansiosíssimaaaa. Não aguentam mais ver a minha carinha de bolacha, só querem saber se Malu vai ter mais cabelo que o pai.

Achou que o bebê nascia hoje.
Está em falso trabalho de parto há  3 dias
#xatiada #trollada #enganadapelanatureza
Têm sido dias intensos. O meu cansaço atingiu um ponto que eu nem consigo mensurar. Na verdade, ele se alterna com picos de energia que me fazem varrer a casa insandecidamente. Claro que depois dessa, eu e meus 16 quilos a mais (chorem, nutricionistas!) temos que descansar o combo bunda/costas/pernas/vida. Essa semana a coisa degringolou porque eu, que dormia tão bem, tão profundamente, estou em falso trabalho de parto há 3 dias. TRÊS MADRUGADAS. Na primeira vez que aconteceu, rolou aquela felicidade, né? GEIT, É HOJE. NEM ACREDITO! Tentei parecer calma, não fazer alarde, não acordar o José (impossível). As contrações tiveram força suficiente pra me acordar e começaram a acontecer em algo que parecia ser um ritmo. Dorzinha dorzinha dorzinha para. Dorzinha dorzinha dorzinha para. Prevenida que sou, já tinha baixado o Contraction Timer no celular para momentos como esse. Comecei a contá-las. 30 segundos a cada 6 minutos. Olha, parece que vai vingar! Acontece que não saiu daí. Aliás, saiu. Mudou pra 45 segundos a cada 8 minutos (OI?), 33 segundos a cada 17 minutos, etc. Aí eu percebi a trollagem. Aí eu me dei conta da rasteira que o falso trabalho de parto tinha dado na minha boa noite de sono. Realmente as contrações enganam. Se eu fosse mais esbaforida, tinha ido parar na maternidade e provavelmente sido mandada de volta pra casa. Economizamos a viagem. Sei que a brincadeira durou das 4h até as 8h da manhã e tem se repetido toda madrugada no mesmo horário. Depois passo o dia todo como se nada tivesse acontecido. Ok, tenho uma contração ali, outra aculá. Testes e mais testes apenas. Fui relatar o que se tinha passado para o médico, achando que ele ia estranhar, fazer mais perguntas e tal, porém não né? Abriu-me um sorriso e disse: É mesmo isso, menina! O corpo tem que treinar de todas as formas para o que está por vir. Treinar e trollar.

Mas qual a lição podemos tirar da tal fato, coleguinhas? CALMA. PACIÊNCIA. Rolou contração? Relaxa. Nada de sair de casa loucamente correndo pra maternidade porque pode ser alarme falso. Em um sistema tão maluco, podia ser caso de ganhar um “sorinho” na veia pra dilatação “avançar” ou qualquer outra intervenção desnecessária. Nunca é demais se precaver de situações que deem margem à violência obstétrica. Fora que, mesmo em caso de TP verdadeiro, é fato consumado que ele evolui mais fluidamente em casa. O ambiente hospitalar costuma dar uma travada na coisa. Então, nada de desespero. 

Depois de 3 noites seguidas na mesma ladainha, já nem me surpreendo. Cochilo entre uma contração e outra. Da última vez, nem contei os intervalos. Como senti que elas não evoluíam a nível de intensidade, continuava sempre a mesma dorzinha, não me dei mesmo ao trabalho.

Juro como eu tenho mais coisas pra contar, mas to escrevendo aqui sentada numa bola de pilates, quase cochilando e tentando fazer algum sentido. Não tá um cenário muito animador. Vocês me perdoam, né? Juro que volto mais bem disposta, afinal, recebi visita do Brasil que me trouxe o que??????????????????? FLOCÃO PRA FAZER CUSCUZ! E melhor, e melhor: UMA CUSCUZEIRA! Todo piauiense que se preze só precisa mesmo de uma boa dose de sustância fornecida por cuscuz. Fora que foi o maior desejo que tive durante a gravidez, o mais insaciàvel de todos. Sou dessas. #partiucomercuscuzemtodasasrefeições

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

38 semanas: vai, com jeito vai


Antes de tudo, um beijo no coração da Mari que, como ela mesma disse, enverga mas não quebra. Muita luz e muita calma nesse recomeço. Estamos contigo! <3 <3

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Escrevo este post diretamente das profundezas dos pródromos, entre uma contração de Braxton-Hicks e outra. De 3 semanas pra cá, essas danadinhas ganharam uma força que, se antes eu não as reconhecia, agora já sei na hora do que se trata. Para além da barriga dura parecendo um balão prestes a espocar, o meu corpo dita o ritmo da respiração que ele acha conveniente para o momento. Bizarríssimo, né? Sei que nem adianta, tenho que dar umas inspiradas fortes e esperar passar. Anteontem, como elas estavam muito seguidas, decidi marcar. Duração de 45 segundos a cada 10 minutos, mas depois se perderam no tempo e no espaço da irregularidade.

Se faz de forte montando móveis pra chorar de dor nas costas depois: Deus tá vendo


Hoje, com exatas 38 semanas, tem Lua Cheia e tem uma galera PIRANDO achando que Malu vai dar as caras. No meio desse povo, minha mãe, que não dorme mais desde que eu completei 35 semanas. Tenho até evitado ligar pra ela porque sempre atende o telefone meio chorando achando que sou eu diretamente da maternidade. Aí fica o papo:

- Mamãe, se acalme. Vá dormir. Olhe, eu estou calmíssima. Durmo horrores!
- Ô Naruna, vai dizer que tu não tá nervosa?
- Eu não. Tô ótima.
- Rum. Tá. Mas olha. Tô com o celular aqui do lado, do ladinho mesmo. Qualquer coisa, na hora que estiverem indo pra maternidade, me liguem IMEDIATAMENTE.

No último sábado, tive que ir lá mesmo pra ser monitorada, procedimento normal a partir das 37 semanas. Foi aí que conheci o bendito CTG, cardiotoco ou exame das cintas, para os íntimos. Consiste basicamente em amarrarem duas faixas na barriga, uma que mede os batimentos do bebê e a outra que verifica as contrações. Nisso, a enfermeira te dá um botãozinho pra você apertar sempre que o embutidinho mexer. Agora imaginem uma sala à meia luz com 4 grávidas amarradinhas do lado de umas máquinas estranhíssimas, 4 coraçõezitos batendo loucamente porque sim, aquilo era mesmo alto. Sei que dava pra ouvir também quando se apertava no botão e, de repente, aquilo parecia uma competição: que bebê mexe mais. Tinha uma mulher lá que era “ploc ploc” direto! A Malu, obviamente, me trollou e mexeu timidamente, como ela sempre faz em público. O certo é que depois do “videogame”, teve consulta e o que? O toque, exatamente. A médica foi gentil, perguntou se podia fazer. E eu: Faça, faça que eu quero saber a quantas anda esse colo. Resultado: 1cm de dilatação e colo afinando. “Muito bem. Seu colo já está preparadinho para o parto”. Claro que na atual conjuntura, podemos passar semaaaaanas com esse 1cm, mas fiquei saltitantezinha com a notícia que estamos indo no caminho certo.

Exame do cotonete, quem já ouviu falar? Nesse, coleta-se uma amostra do muco vaginal (com o cotonete, por isso o nome) para identificar a presença de uma bactéria marota chamada estreptococo B. É comum tê-la por ali na flora e ela não nos prejudica, mas pode causar infecções ao bebê. Por isso, aqui fazem a análise por volta das 35 semanas. Se o resultado der positivo, implica uma ida mais apressadinha pra maternidade, logo nos primeiros sinais de TP, para que se faça a medicação específica. Falaram sobre isso no curso e eu já tava #chatiada achando que tinha a tal bactéria. Qual não foi a minha surpresa ao saber que sou estreptococos free. AMÉM! Posso manter o meu plano de  ficar em casa o maior tempo possível no dia que a coisa engrenar.

Mala e sacola: semi ok
A minha preguiça...tive que dar um take it easy nela pra poder viver. Viver, leia-se, arrumar o que tava faltando. Finalmente cedi à pressão social e arrumei a famigerada ~~mala~~. A dela. A minha sacolinha está estrategicamente desmontada. Uma atividade pra me entreter quando as contrações de verdade derem as caras. Só fechei a da Malu logo porque envolvia uns apetrechos mais cheios de particularidades. Não me imagino contando contrações e procurando a roupa interior tamanho zero do fatinho verde esperança. Era demais.



Aos poucos, o cantinho dela vai ganhando uma cara. Habemus cômoda! Móvel de adulto, aliás, porque primeiro, os móveis de bebês são caríssimos e segundo, são pequenos. Quanto mais coisa couber em um móvel só, pra gente tá ótimo. Aproveitamento do espaço: trabalhamos. Daí que a cômoda tinha uma cara muito séria e eu já tinha decidido dar uma customizada. Programei comprar uns retalhos de tecido e não sei o que e mais aquilo e coiso. Nada. Junto com o móvel, compramos uma cortina nova pra sala. A bicha ficou grande. Sobrava ali mais de meio metro em cada lado. Cortei, fiz a bainha (mãe! Olha eu aqui cheia de habilidades manuais!) e ganhei retalhos! Resumindo, ficou assim:


Les cestinhos
Tá mais meiguinho do que eu pretendia, mas ok. Fiz o acabamento com fita adesiva, o que me permite tranquilamente tirar o tecido sem prejuízo do móvel e dar-lhe outra cara. Posso ir alternando os retalhos. Olha que tudo! Sobraram mais uns pedacinhos e eu “fiz arte”, como diz o José, com esses cestinhos que eu já tinha comprado pra lhe por produtos de higiene e afins. Olhando assim, tá campestre, tá brejeiro, tá Fazenda da Malu. Financeiramente falando, com 15 eurecas (aproximadamente 45 dilminhas) ganhamos uma cortina, decorei a cômoda e os cestinhos e ainda sobrou ~~ticido~~ pra mais qualquer coisa. Tô pensando, tô pensando....

Le alcofa
Na última das últimas, minha sogra arranjou-nos uma alcofa para os primeiros meses. Pra quê mais amor do que não precisar montar berço agora e ter o bebê do ladinho sem medo de sufocá-lo? Esquema de empréstimos melhor esquema. 

Eu ia falar de mais economias que fizemos em relação ao enxoval, mas vou deixar pro post seguinte. A pessoa some uma vida e depois quer tagarelar mares e oceanos. É puxado.

Falem-me de vocês, das vossas vidas.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

36 semanas e a preguiça


Sabe preguiça, minha gente? Mas assim preguiça, preguiça aos montes, até de comer? Esta sou eu chegando às 36 semanas, também conhecidas como início do 9º mês. Desde a última postagem, comecei e parei uns 12 posts. Este é precisamente o arquivo paraoblogdefinitivo13.docx tamanha a minha corági. Porééééém, eu e José-José e eu temos aproveitado as últimas férias dele com Malu guardada para morgar no sofá em frente à TV como se não houvesse amanhã resolver pendências. Tipo montar o cantinho da curiquinha (coisa que ainda não foi feita) e arrumar as ~~malas da maternidade~~ (coisa que também não foi). Ok, ok, estivemos nos curtindo e acho que isso também conta.

Saí de casa pra subir escada? É sério isso?

O José. Ai, o José. Merece um post à parte depois porque tenho que costurar bem as palavras pra falar desse homem que elegeu a minha produção de ocitocina como projeto de vida. E isso muito graças às aulas de preparação para o parto, hein! Você jura que ele tá lá assim meio away enquanto a enfermeira fala, mas tem guardado as coisas na cabeça com uma destreza impressionante. Como já disse, a prioridade aqui agora é ocitocina. Portanto, estou proibida de me enervar, estressar, ficar ansiosa e/ou chorar. Qualquer uma dessas situações é motivo pra ele soltar: “Olha lá. Tá produzindo adrenalina. Com adrenalina, não tem ocitocina. Sem ocitocina não tem trabalho de parto. E aí, como fica?” ou então “Amoooor, fica calma. Cadê a ocitocina? Sem ocitocina não tem leitinho!”. Como que fica estressada ouvindo uma coisa dessas? Como que não manda a adrenalina pro caralhaquatro? Também não pode ver uma loja de roupa íntima que é um tal de “Vê lá se não tem sutiã de amamentação”. Outro dia me fez achar uma calculadora específica online pra saber quantas fraldas, em média, o bebê usará por semana. 

- 49. Mais ou menos 49 é o que diz aqui.
- 49. QUÊ? CHIÇA!
- Cadê tua ideia das fraldas de pano agora?
- Ehe...realmente...haja água. Quando ela ficar maiorzita a gente tenta.

Desde então, se fomos ao supermercado e ele sumir, pode ter certeza que está no corredor das fraldas fazendo comparações minuciosas que envolvem peso, quantidade de fraldas, resistência da fralda, avaliações de outros usuários e preço, claro. Um processo complicadíssimo. E ainda tem a intimidade dele com o Kegel. Lembram dos exercícios? Pois. Eu também não lembro sempre. Mas ai de mim se eu não fizer! Nem adianta mentir dizendo que sim, já fiz tudo porque ele fareja a verdade. “Não fez Kegel hoje? Ri, ri. Depois taí chorando porque o assoalho pélvico não tava treinado”.

Falando em Kegel, dica boa. Se vossas senhorias são como eu, indisciplinadas para qualquer exercício em casa, nada como uma ajudinha. Encontrei um aplicativo para Android (não sei se há para as outras plataformas) que chama Max Kegel. Ele funciona como um personal trainer mesmo. Tem lá os níveis todos e ele vai te orientando. Até conta os tempinhos pra você, olha que maravilha. A minha preguiça agradece de tal maneira que nem sei.

Dorzinha nova, quem curte? EEEEUU! Desde a semana passada tem uma cabeça querendo encaixar aqui na minha bacia. Resultado: uma fisgadona da virilha até o joelho de vez em quando. Fora o susto quando a dor vem, rola uma comoção :~~. Com o encaixe, a barriga deu uma descida considerável e ficou mais pesada. Mesmo assim, sou obrigada a caminhar pelo menos meia hora todo santo dia e fazer os exercícios para a pélvis na bola de pilates. Não me lembro de ser assim tão fitness antes da gravidez, o que não me impede de ter ganho 3kg só no último mês. #vaigordinha


São mini cheesecakes, ok? Mini! A culpa dos 3kg a mais não é deles


No mais, Malu mexe e soluça que é uma maravilha, dor nas costas só se ficar em má posição, pés inchados só se passar muito tempo caminhando ou parada, durmo consideravelmente bem, sonho com parto e bebês todo dia, já incluí uma xícara de chá de frutos vermelhos à minha dieta, a partir da próxima semana as consultas passam a ser semanais e na sexta temos a última aula de preparação para o parto. Ou seja, as coisas estão andando. Eu que prefiro estar sentada mesmo ou deitada ou encostada...mas vamos caminhar que tem gente que precisa de colaboração pra nascer.

Ok, ok. Uma foto a sério agora. Vá lá.