terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Segunda gravidez: o que teve/tem/vai estar tendo

Eu não sei quem é mais cara de pau: eu, que apareço aqui uma vez a cada 6 meses, ou vocês, que ainda me dão crédito, continuam aí passando cartão. Ok, ok, a cara de pau sou eu. Assumo. Não prometo que vá deixar de ser, mas assumo. Qualquer dia desses vou fazer um print de todos os posts que tenho em rascunho e vocês vão ver que não faltou amor nem assunto. Um dia aquele limbo deixa de existir

Hoje cheguei mais cedo ao trabalho e pensei POR QUE NÃO? Por que não atualizar o meu blog antes de passar o resto de dia mergulhada em planilhas do Excel? Como estou no lado "+" da minha bipolaridade gestacional, dormi provavelmente só umas 5 horas por não encontrar posição de jeito e já apanhei até chuva de granizo, vou ser menos cubista e mais realista, menos Mário de Sá Carneiro, mais José Luis Peixoto, menos Clarice Lispector, mais Foucault. Não, pera...

Há uns 3 meses, contei em um post caetanizado duas coisas importantes dentro do meu mundinho às vezes não tão caetanizado assim: 1) Malu tinha desmamado no mês em que completou seus 2 anos e 2) Estava eu prenhe, expectante, "cheia", redonda. Grávida pela segunda vez. Muito cômico foi acompanhar os diversos tipos de reações que a segunda notícia gerou. Por mais que uma pessoa seja categórica em afirmar que a gestação foi planejada, desejada, não adianta, para o resto do mundo foi acidente. Escapou, aconteceu, não era para agora, falhou a pílula, foi descuido. Mas eu entendo...quem planeja ter filho com quase 3 anos de diferença? E pior: quem planeja ter um filho com 99% de chance de nascer sob o signo de Áries? :O  Houve também a manifestação daqueles que provavelmente falavam em nome da Comissão em Defesa do Filho Único: "Mas vão parar por aí, né?" "NOSSA, MAS ESSA NARUNA...Diz a ela pra ligar aquelas trompas, peloamordedeus!". Desculpa decepcionar, gente, mas olha que chatice, o útero é meu. Que coisa, hein? "MAS NARUNA, CRIAR FILHO NÃO É FÁCIL NÃO!" Desculpa decepcionar outra vez, agradeço a preocupação aí, vlw flw, porém estou parindo Mateus e balançando.




Se eu sempre lidei bem com essas "opiniões"? Não. A princípio, fiquei um bocado desestabilizada. Queria carinho, sorrisos, afeto, bençãos e recebi julgamento, desconfiança. O que me valeram foram os abraços físicos e em forma de palavras que vieram de quem realmente importa. O apoio necessário para que eu voltasse para o eixo. 

A notícia espalhando, a gravidez avançando, os sintomas aparecendo...

Teve enjoo? TEVE. DE NOVO. 
Teve aquele mau humor do capeta? TEVE E VAI ESTAR TENDO.
Teve falta de afeto pelo primeiro trimestre? TEVE. MUITA.
Teve barriga de "tá gorda ou tá grávida"? TEVE.
Teve gente achando que sabia tudo de gravidez, que já tinha visto esse filme e depois se convencendo que não sabe de nada porque cada gestação é única? TEVE.

Contamos agora com 26 semanas e é tudo muito igual, mas tudo muito diferente. Quem acompanha a nossa página do Facebook já teve uns insights: rolou emoção igual ao ouvir os batimentos pela primeira vez, rolou emoção igual ao sentir os movimentos pela primeira vez. É curioso, você já passou por aquilo, mas é outra pessoa, caramba! Você já fabricou e pariu um ser e está fabricando outro. OUTRO NOVINHO EM FOLHA! Quando essa minha ficha caiu, em um fim de semana qualquer, estava eu no carro e fui tomada por uma onda louca de "Yes, I can", até a respiração acelerou do nada. "PUTZ, EU ESTOU GRÁVIDA! EU ESTOU GRÁVIDA!".

De negativo, nesta segunda experiência (cof cof) eu tenho um hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto, falta de tempo para curtir mais as fases todas por causa do trabalho, cansaço e dores extras por causa de 13,5kg de Malu que têm pedido colo mais que habitualmente. Para quem não sabe, o hipotireoidismo é mais "dramático" em termos de fertilidade e gravidez do que o hipertireoidismo. Se não estiver sob controle, tem sintomas bastante desagradáveis como depressão, esgotamento, alteração drástica dos ciclos menstruais (causando uma infertilidade), queda na produção de leite durante a amamentação e abortos espontâneos. Durante a gestação, é preciso fazer um acompanhamento rigoroso do TSH e do T4 e ajustar a medicação assim que for identificada alguma alteração das taxas, sob pena de danos cerebrais ao bebê e complicações para a mãe. Felizmente, tudo tem corrido bem desde o princípio porque eu já vinha sendo acompanhada e medicada antes de engravidar. Mas o fato de saber que existe ali uma doencinha deixa-me muito mais em alerta, sobressaltada.

Depois temos a Malu, que diz que eu tenho um bebê "de vedádi" na barriga. Quando perguntada, ela lá responde que esse bebê é a mana e que vai se chamar Ava. Responder, ela responde, mas saber o que isso tudo significa é outra história. Vamos combinar que até para nós é meio complicado assimilar essa coisa de "de onde vêm os bebês", imagina para alguém que, até há 2 anos e tal, estava no útero. Porém, porém, atualmente, existem questões para ela que só eu posso resolver. Só eu posso vesti-la, só eu posso descer as escadas com ela ao colo (e subi-las também, oh crap...), só eu posso dar banho, só eu posso segurar o brinquedo, só eu posso fazer o prato, só eu posso sentar no chão e brincar. Não adianta surgirem voluntários compulsórios, tipo o pai. "NÃÃO! TU NÃO! A MAMÃ!" Mamã faz, mamã resolve, está morta com farofa a menina mamã. 




Eu disse que não ia fazer textão, mas ficou postão, hein?
Prometo que volto antes da DPP, que é em abril.
Sério. Eu volto.

Ah sim! Com meses de atraso, obrigada pelos comentários carinhosos no post passado que esta ingrata que vos fala não respondeu! Eu lembrei, esqueci, depois lembrei de novo e esqueci, mas obrigada. De coração.