terça-feira, 23 de julho de 2013

Um filho e um cachorro: como lidar?



A gente tem se preparado intensamente lindamente loucamente pra receber a Malu. Os cursos, as coisas, a vida. Acontece que andamos nos esquecendo de uma parte importante do processo: e a preparação da Meg? Já citei-a aqui, mas vamos rememorar. Meg é nossa cadela, nossa cadela hiperativa de 8 meses. Uma criança no mundo dos cachorros. Adotamos e poucos dias depois descobri que estava grávida. Assim, cadela e barriga têm crescido juntas em uma convivência afável, mesmo envolvendo uns pisões. Nunca achamos que criança e bebê na mesma casa seria um problema, como de fato não é, mas exige uma preparação.

A Meg demanda muito da nossa atenção porque ela é muito ativa, muito curiosa, come qualquer coisa que estiver pela frente, destrói qualquer coisa que estiver pela frente. Foi acostumada a viver dentro de casa também. Então, está sempre por aqui ganhando festinhas, indo atrás se vamos ao banheiro. É natural que ela vá sentir quando não estivermos, em breve, sempre com a mão disponível pra lhe coçar a cabeça. A minha preocupação é que ela reaja mal à chegada da Malu e que não saibamos lidar com isso. A meu ver, ela já sabe que tem alguma coisa por acontecer porque voltou a fazer xixi fora do lugar que já estava habituada e a compulsão por destruir o que estiver ao alcance...aí, essa não tem limites.

Daí que comecei a investigar, estudar e tentar ver o que podemos ir fazendo para habituá-la. Grande parte das dicas dizem que devemos, aos poucos, diminuir a atenção dada ao cão. Meu coração é muito fraco pra essas coisas, gente. Tadinha da bicha. Acho que eu sou até mais carente que ela.

Enfim, o texto mais sensato que encontrei foi esse: http://www.caocidadao.com.br/artigo/o-bebe-vem-ai-saiba-como-preparar-o-cao/ . E o José, também nas pesquisas, achou a listinha abaixo em meio a compartilhamentos do Facebook:



Mas eu dou super valor a ~~casos de sucesso~~, histórias de gente como a gente que já passou pelo mesmo. Alguém tem pra me contar? Houve preparação do cachorro pra chegada do bebê? Como ele reagiu? Foi tranquilo? Estou aqui de coração e ouvidos abertos. A Meg também.




segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Ando devagar porque já tive preeeeeeessa..."


Que tapa na cara de uma pessoa avexada é uma barriga de 33 semanas e 4 dias, né, minha gente? Mar nem que eu quisesse muito conseguiria caminhar com a desenvoltura de outrora. Eu, que reclamei tanto dos turistas lentos no meu caminho. Eu, que já quis uma metralhadora giratória para ir contra quem parava no meio da calçada pra ver vitrine. Eu hoje sou uma dessas pessoas. Não que eu queira mesmo ver as vitrines. Só estou ali disfarçando, tentando reaprender a caminhar sem colocar os bofes pra fora. Meus melhores amigos são cadeiras, sofás, bancos. Aí na hora de levantar, a velha ~~dor nos quarto~~? Faço aquela careta básica e quem tá por ali olha com cara de dó. “A bichinha...toda entrevada”. Entrevada não, meu filho. Tenho uma pélvis cheia de mobilidade aqui, OK? Normal.

~~periguetismo gestacional~~: amo/sou
Voltando à barriga. Ai, essa barriga.
Esses dias, demos uma geral no guardarroupa e eu pratiquei meu esporte favorito: vestir as roupas que eu sei que não me servem mais apenas por motivo de auto trollagem. Nessa, achei uma das minhas blusinhas favoritas e fiquei no espelho admirando o palmo de barriga que ficava de fora. O José com toda a sua sinceridade. “Assim tá gira” “Que gira? Olhaqui a barriga toda de fora” “Ué, mas é bom andar assim no verão e tá mesmo gira”. Ele tinha razão. Foram meses penando debaixo de casacos, chorando pra por um pedaço de braço ao ar livre. Agora que eu podia, por que não mostrar a pança? Todo um investimento em creme gordo e óleo pra ela ficar redondamente escondida nesse calor? Deveria eu ter vergonha do meu maior objeto de amor e magia dos últimos tempos? Lembro de ter lido bem no início da gravidez uma espécie de manual do vestuário da grávida, escrito por uma senhora X que trabalhava numa revista X de moda em Nova York. Entre outras coisas, ela lá dizia que nuncajamaissobhipótese alguma devíamos sair por aí mostrando a barriga porque é cafona. Out of fashion. Inconscientemente, eu meio que adotei o conceito. Andava sempre cobrindo a redondância e comprando blusas que passassem do quadril. Aí eu me pergunto agora. PRA QUE ISSO? Em uma comparação bem ordinária, é como seguir o conselho da delegada da mulher da minha cidade, Teresina, mais conhecida como Terehell: andar sempre de calça comprida pra evitar um possível estupro. Ou seja, esconder-se sob a roupa pra evitar a fadiga. Então eu saí mesmo com a barriga semi de fora e causei. Causei olhares de afeto, olhares de condenação e olhares de surpresa. Nada que eu já não causasse vestida ~~dentro da moral e dos bons costumes~~. Querem saber? Foi libertador. Pança arejada = pança feliz. Temos certas amarras sociais que nem nos damos conta.

No mais, Braxton-Hicks começou a dar as caras fortemente! Já tinha dado, aliás. Eu é que só agora vim me tocar das benditas contrações de treinamento. Isso porque elas andam de mãozinha dada comigo todos os dias. Pra quem ainda tá na dúvida sobre como são as contrações: a barriga fica dura, irreconhecivelmente dura. Rola um mal estarzinho, mas indolor e SEMPRE na região abdominal. Se você sentir alguma coisa na lombar, melhor ficar atenta. No meu caso, sinto um peso na bexiga também e tenho loguinho que ir fazer xixi. Depois disso passa. Melhor coisa a fazer durante uma contração dessas é beber água. Se estiver caminhando, para e dá uma relaxada. Se estiver sentada, levanta e dá uma caminhada. Alerta mesmo só em caso de dor. Caso contrário, faça como eu: elogie o seu útero maravilhoso e saudável se preparando para o parto.

Definitivamente acho que estou grávida de um bebê insone ou de sono muito agitado porque, jesusamado, ela mexe o tempo todo! Mas sabem o que é o tempo todo? É TIPO O TEMPO TODO! Não to reclamando. Acho ótimo. Significa que está muito bem e hiperativa. Mas é que só não sinto mesmo quando to dormindo. Tem horas que ela estaciona numa zona e fica uma espécie de calombinho na barriga. A nós, restam as conjecturas. “Será um pé? Uma mão? O cotovelo?”. Outro dia, apoiei um livro em cima da pança. Vocês acham que ela curtiu? Não, né. Deu um tranco que o livro saltou, literalmente. Até pedi desculpas pelo incômodo. Tadinha. O espaço tá ficando apertado e ela é um bebê no percentil 83. Sejamos compreensivos. 

Ao fim e ao cabo, desejem-me sorte com a preguiça feat. cansaço medonhos que se instalaram no meu corpo. Ainda não arrumei o cantinho dela, faltam os produtos de higiene e ando adiando a arrumação dos nossos tarecos pra maternidade. Tudo a seu tempo, tudo a seu tempo...

Tá tudo passadinho e guardado, mas não resisto <3

segunda-feira, 15 de julho de 2013

"E a tigresa possa mais do que o leão"


Depois da leseira do primeiro trimestre, no primeiro dia que eu me lembro de ter acordado realmente disposta, levantei, fui pro computador, abri o youtube e cheguei a essa música. Foi inconsciente. Há séculos não ouvia e, por acaso, desconhecia a verão acústica do Ney com o Caetano. Naquele momento escolhi nosso “hino”(fiz cosplay de Nana, que até hoje mata de curiosidade toda a blogosfera materna! Hahahaha). Ainda nem sabia se era Malu ou Tomé, mas “Tigresa” era já a nossa música. Sei lá porque, minha gente. Foi instintivo. Ouvi-a non stopping dias a fio. Até hoje é o nosso momento e ela costuma mexer mais lentinho quando eu coloco porque normalmente é só zoeira nessa barriga.


terça-feira, 9 de julho de 2013

Desastrogênio e Desastrerona


Esses últimos dias o meu estabanamento, já muito corriqueiro, tem ultrapassado as fronteiras legais para uma boa convivência. Sério, gente. Nunca fui exemplo de destreza e malemolência. Consultem  meus pais para dados estatísticos sobre copos, pratos e portas de congelador quebrados (SIM! PORTA DE CONGELADOR!). Só que assim, grávida, a coisa tá indo ladeira abaixo. Sorte (?) que posso botar culpa nos hormônios e tá tudo ok. Desastrogênio e desastrerona só no hard work aqui nesse corpinho redondo.

Sábado (Sempre tenho marcos históricos gravídicos no sábado. Vejam bem) eu bati todos os meus recordes até o momento. Mas bati em um nível que o José quase pediu que parassem o mundo pra ele descer porque tava puxado. Joelhada na cama, cotovelada na porta, tsunami de panelas (sabe querer tirar um tacho do lugar e caírem toooooooodos? Aí você acaba de ajeitar e cai tudo de novo? Bem isso), fui fritar qualquer coisa e deixei cair água no óleo quente (chuvinha de gordura quente! Uhuuuul), quebrei algo que não lembro, mas o ápice foi a quedinha.

Eu não lembro, mas ele nunca esquece <3


Eis que José me deu uma bola de pilates para praticar exercícios em casa. Magia. Luxo. Todo mundo merece uma bola de pilates pra sentar no fim do dia. Mas vocês sabem, eu sou que nem criança quando ganha alguma coisa nova: tenho que usar logo e all the time. Então, era eu com essa bola em todo lado, se desse pra andar quicando com ela também, assim faria. Quilaro que não acabou bem, né? Bola em cima de bola quê que acontece? Tipo isso. Rola e cai em cima de um balde cheio de detergente. Por sorte, foi assim uma coisa meio de lado. Tinha aqui o sofá pra amortecer e não me machuquei, nem bati com barriga ou bacia em lugar nenhum. Apenas fiquei cheirando a água sanitária com ~~leve fragância do bosque~~ e tive que perder a dignidade quando pedi ajuda pra ser resgatada. Agora também só me visto sentada porque já passei uns sustos. Como bem diria Eddie, “desequilibrar, desequilíbrio”.

Bola em cima de bola: será que rola?


Lembrar das coisas, pra quê também, né? Tá tão ruim que eu não lembro nem de anotar pra não esquecer. Clássico: esquecer o leite fervendo, esquecer se já coloquei comida pra Meg, esquecer se já tomei o ferro, lembrar que não tomei e esquecer de tomar, esquecer se já passei desodorante e passar 3 vezes, esquecer o que ia dizer, fazer e comer. Na última consulta, a enfermeira disse que eu  ando com a pressão um bocadinho baixa, situação normal nessa altura. Eu só tinha era que não passar muito tempo em pé e me levantar devagar, seja de cama, cadeira, whatever. Aí fomos ouvir o coração da embutidinha. Ótchyma, maravilha, pode levantar. DEVAGAR, ROMANA? O QUE FOI QUE EU ACABEI DE DIZER? Como uma pessoa naturalmente aperriada, agoniada, avexada, eu já tava de pézinha e sim, tinha esquecido o que ela tinha a-ca-ba-do de me dizer sobre levantar devagar.

Dizem que é assim mesmo, que acontece, que são as veias relaxadas por conta da progesterona, que o ponto de equilíbrio do corpo mudou. O meu aliás, não sei aonde foi parar porque SOCORR é andando e envergando, se estabacando. Minha tia, que é enfermeira, tá aterrorizada comigo e a minha potencialidade para desastres. Toda conversa no Skype é um “COIDADOOOOOOO! OLHASQUEDA, NARUNA!”. 

Em linhas gerais, tenho andado mais atenta. Mentira. Tenho analisado com muita minúcia se eu realmente passo por certos espaços. Mentira de novo que eu fiquei presa agorinha ali entre a cama e a parede. Mas pronto, calma. Só uso a bola de pilates sob supervisão. Vai que, né? 

quinta-feira, 4 de julho de 2013

31 semanas e a ~~cadimia~~ do PN


Vocês curtem quando eu sou assim reacionária e boca suja, né? Porque o post passado causou nas redes sociais. Aliás, um beijo no coração de quem anda lendo. Já recebi muitas mensagens de amor e de mães que se identificam com as situações que a gente já contou. Sei que muitas não comentam, mas tão sempre por aqui. Explosão de afeto e magia pra vocês! <3

Então, chegamos às 31 semanas. E isso significa que entramos no oitavo mês. PRE-PA-RA!

Se acalmem que eu tava entupida de protetor solar até a alma, tá?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Em nome do filho, o nome do filho


Eu ia dar continuidade ao assunto parto normal passando aqui umas dicas de exercício de preparação, mas segurem aí que tenho um papo mais pendente pra já. 

Quem acompanha a ~~blogosfera materna~~ (adoro esse nome <3) sabe que o casal do Potencial Gestante teve uma bebezita linda mês passado. Eles não quiseram saber o sexo durante a gravidez e também deixaram pra escolher o nome depois que vissem a carita do bebê. 9 dias após o parto, a Luiza anunciou o nome da pequena: Constança <3 <3 <3  Aí quê que aconteceu? Enxurrada de amor, mas também de críticas. “Nooooooooossa, que estranho!” “Tadinha! Vai sofrer tanto buylling!” “Vou confessar que achei esquisito, mas o importante é ter saúde”. Minha gente, lia esses comentários e só pensava (tirem as crianças da frente do PC agora): Tomar no cu, né? Daí decidi falar sobre porque sim, eu tenho propriedade nessa área.

Vou começar logo dando a primeira e mais importante dica àqueles que não são os pais do bebê: a menos que sua opinião seja solicitada, APENAS AME o nome. Aliás, não precisa amar de verdade. Basta um “que lindo!” “que ótimo!”. Fim. Porque, convenhamos, por mais estranho que tenha sido o nome escolhido o filho não é de vocês. Ponto. Os pais têm as razões deles para escolherem aquele. Ponto dois. É indelicado. Ponto três. 

Não se cutuca uma grávida/lactante com vara curta. Imagina ela chegando toda pimposa pra te contar o nome e você faz aquela cara de AAAAAAAAAAAAAAFFFF SOCORRRQUENOMEÉESSE. Ou ela vai querer chorar litroz ou ela vai querer te matar. Mas é matar a sério, não é brincadeirinha não. Matar tipo pra ver seu sangue escorrendo pelo piso.

Escolher o nome de uma pessoa é um processo delicado. Demanda conversa, pesquisa, mais conversa, debates. Os pais ficam ali um tanto de horas discutindo. Um quer um nome, o outro quer outro. A mãe tem certos princípios, o pai tem outros. Eu mesma consultei N listas, baixei incontáveis aplicativos e interrompi várias vezes o jantar pra falar sobre isso aqui em casa até chegarmos ao consenso. Sempre valorizamos nomes curtos e que a pronúncia em pt-br e pt-pt não destoasse muito. A coisa do significado também foi sempre considerada. Simpatizávamos com Filipa, mas significa “amiga dos cavalos”. FUÉN! Um dia, Malu surgiu, costurou nossos interesses e tava feito. Quatro letrinhas, pronúncia igual. Fechô! Então, a sociedade começa a questionar: e o nome???? Adoro a tensãozinha que fica no ar até a gente falar. Ainda não ouvi nada exatamente negativo sobre a nossa escolha, mas já vi umas caras do gênero “Sério?” e também questionaram por que não um nome português ou ainda “Ahhh...é brasileiro, né?”. Ainda bem, viu? Porque já tava com minha metralhadora aqui enfiada no cabelo para qualquer eventualidade. É sério. É não, é brinks. Tô num momento zen.

Eu e a minha versão nipônica. Achei adequado.
Falei que tinha propriedade sobre o assunto porque vocês já repararam que nome eu tenho, né? Romana Naruna. Acho que nunca questionei meus pais sobre o tempo que levou para ser escolhido, mas não deve ter saído assim de cara. Romana tem toda uma história, Naruna tem outra e Romana Naruna mais outra. A questão é? Sabem quantas vezes eu ouvi coisas feias sobre o meu nome? Imensas! Sabem quantas vezes eu tenho que repetir pras pessoas entenderem? Milhares. Sabem quantas rimas maldosas já fizeram? Fãããrias! Sabem quantas vezes eu me importei? Total de zero. Fui ensinada a amar o nome que eu tenho. Desde cedo, desde sempre. Adoro a exclusividade dele. Lembro que a primeira vez que viajei de avião, tinha uma aeromoça chamada Romana. Eu, do alto dos meus 9 anos, fiquei #chatiadíssima porque aquela mulherzinha estava roubando o MEU nome. Já topei com outras Romanas e Narunas por aí, mas Romana Naruna...vaput! Só eu! 

A coisa toda é seja nome ~~diferente~~, seja nome comum, acho que a criança tem que ser ensinada a amar o nome que tem, divertir-se com ele, sentir prazer ao falar. E isso, eu acredito muito, vem da relação que os próprios pais criaram com o nome, como o defenderam diante dos benditos comentários. Mais uma vez repito, a decisão não é fácil. Estamos escolhendo algo que alguém vai carregar a vida toda. Façamos com amor e o rebentinho será grato (Anotem isso e se eu tiver problemas depois, por favor, esfreguem na minha cara).

E aos amigos, conhecidos, simpatizantes: aprenderam a lição que a tia passou hoje? Vale pra outros quesitos que não o nome também, aliás. OPINIÃO SÓ QUANDO SOLICITADA. A família agradece e nossa relação será muito melhor, acredite.