quinta-feira, 6 de março de 2014

6 meses de filha da mãe, 6 meses de mãe da filha

AHA UHU
Todo mundo pode vir comer o nosso bolo porque estamos de parabéns! Mãe, pai, filha e Meg. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos nessa primeira etapa de muitas.

Eu estaria mentindo se dissesse que você foi planejada. Não foi. Não foi porque eu e José somos bem ruins de planejamento. Capengas mesmo. Mas também estaria mentindo se dissesse que a gravidez foi uma surpresa. Não foi. A verdade é que ela foi sempre desejada. A verdade, filha, é que você é toda feita de amor. Da sua unha esquisita do dedão do pé até a sua mecha de cabelo branco do topo da cabeça. Tudo envolvendo você sempre envolveu também amor. Amor e números engraçados.

Foi assim que sua história começou, filha
No dia 11 do 11 de 2011, estava eu em cólicas no terminal 2 do aeroporto do Galeão, agarrada a uma garrafa de água e mirando impacientemente a porta do desembarque. Seu pai foi o último a sair de lá com aquela camisa do Rocky que hoje nem existe mais. Depois de 9 meses de relacionamento online, era a primeira vez que nos abraçávamos (e beijávamos). 15 dias depois, ele voltaria para o lado do oceano de onde tinha embarcado. Não sei quando o amor nasceu aí nesse meio, mas a data da saudade foi 26 de novembro de 2011. Chorei, choramos. Quase um ano depois, eu que atravessei o mar todo. E vim. Vim para o mestrado. Vim para o amor. O resto você já sabe. 

O que você talvez não saiba é que sua mãe precisa de estar permanentemente apaixonada para funcionar. Foi sempre assim. Só estudei o que amei, só trabalhei onde amei, só carrego comigo quem eu amo. Eu me apaixonei por estar grávida e acho que por isso as coisas correram tão bem. Entreguei-me àquilo tudo, entreguei-me às transformações do corpo. Estudei exaustivamente o que acontecia e estava prestes a acontecer. Não foi difícil.

E então, você nasceu. Há 6 meses e uns dias, você nasceu. E foi um tal de me apaixonar pela maternagem. Até então, eu amava a ideia de ser mãe. Dia 31 de agosto de 2013 tive de por o plano em prática. Transformar todas aquelas leituras em ações, buscar minhas próprias saídas e lembrar um bocado do que a minha mãe (sua vó) dizia. Não tem sido fácil, filha. Entre as palavras escritas por outros e o nosso dia-a-dia existe um desfiladeiro enorme. Existem o nossos valores humanos, existem obstáculos, existem as nossas capacidades. Com você nos meus braços, 24h/dia, 7 dias por semana, aprendi que a maternagem ideal é aquela que aprendemos a construir na prática. Há sempre o nosso jeito. E o nosso jeito, aprenda isso logo, é o melhor para nós. Não significa que será o melhor para os outros porque as pessoas são diferentes. Isso se chama compreensão e foi você que me ensinou da forma mais genuína e indubitável possível.

Quando eu saí de baixo da asa da sua avó, aos quase 22 anos, cresci um bocado. Fui morar em outra cidade, com outras pessoas, pagando uma boa parte das contas e tendo que me virar para arranjar emprego onde ninguém sabia de quem eu era filha. Na altura, precisei disso para saber que era capaz. Ser sua mãe me fez mulher, enfim. Muito mulher. Não que eu ache que só é mulher quem se torna mãe. Mais uma vez, estamos falando da nossa experiência. 

Nesses 6 meses, vi minha paciência crescer a níveis astronômicos. Vi o meu senso de responsabilidade triplicar. Vi que eu posso. Sim, eu posso. Eu posso amar ainda mais porque é isso que acontece todos os dias quando você acorda: o meu amor só cresce.

Como boa taurina com ascendência em Touro, eu gosto de ter controle sobre as coisas, de estar segura, de saber o que vai acontecer. Tanto que tenho a mania intragável de ler a última página dos livros antes da primeira. Maternar é um pouco sobre perder o controle. E eu tenho perdido feio, Maluzinha. Tenho que seguir com os capítulos por vez porque simplesmente ainda não há última página. Quem foi que disse mesmo aquilo de "o caminho se faz caminhando"?

6 meses é só o começo e já caminhamos um bocado. 


7 comentários:

  1. Parabéns pra vocês! E foi ótimo saber um tantinho mais dessa história de amor... Que lindo! :)

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    1. Obrigada, Talita!
      Nossa história tem mesmo o seu q de belezinha. :)

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  2. Ah, que post mais lindo, Romana! Parabéns pra você e sua família! E que você continue aprendendo, crescendo e mesmo sem ter controle gostando tanto de maternar!
    Beijos daqui de longe,
    Rita

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    1. Rita, tu logo vai ver que é um ofício apaixonante. Dói às vezes, mas é fantástico.
      Beijo em ti na Sementinha!

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  3. Ao som de "whiter shade of pale"... Galeão...Isso parece minha história, mas eu vim parar no Jorge Chávez/Perú. Ele voltou, eu fiquei de mala e cuia... 2011? Eu já vim em 2006... E o resto, Zoe também já sabe... Que emocionante tudo isso, não? E José, parabéns a você também, meu chapa! Tem de ter muito c***** para fazer isso, gajo! Felicidades hoje, amanhã e sempre. PD Essa Malu é uma joia de linda. (vou repetir sempre)

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    1. Adoro esse tipo de história que nem as nossas. Dá frio na barriga só de ler sobre. Realmente, é muito emoção envolvida!
      Somos pessoas de sorte!
      Beijoos

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  4. Que lindo!!!!
    Acho que essa história valeria um seriado...
    Muito amor para a família.
    <3

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