quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O salto da discórdia

Toda vez que eu faço um backup das últimas semanas, aquela música da Kátia começa a tocar como trilha sonora. Que Kátia? Sério, gente? Anos 80, paradas de sucesso? Não?  Ninguém? Vá lá:



É que não está sendo fácil, meus amigos. Não está sendo fácil viver assim. A Malu está no ápice do salto de desenvolvimento mais longo e doloroso que pode existir na face da Terra. Um calvário bebezístico. Na verdade, ela engatou crise dos 3 meses com salto dos 4 meses e meio e o furdunço ficou feito. Feito e feio. Bem feio. 

Tá, Naruna. Já entendemos que a coisa deu ruim por aí, mas o que diabos é esse salto de desenvolvimento? Basicamente é uma fase em que o bebê ganha novas habilidades e fica meio (totalmente) obcecado com aquilo. Tão obcecado que quer ficar fazendo over over and over again. Dormir pra que se ele pode, sei lá, abrir e fechar as mãos? Como consequência, vocês imaginam...batalha árdua para dormir, soneca mal tirada e um humor de fazer inveja a qualquer bipolar. 

To fazendo gracinha pra desanuviar, mas o assunto merece atenção. Isso porque pode ser confundido com outras coisas, tipo mãe achar que o bebê tem fome, que são cólicas e afins, quando ele só está crescendo. E crescer dói, né? Para entenderem melhor sobre o assunto, deem uma lidinha aqui.

Mas ok, voltando ao estudo de caso, meu caso. Depois que eu fiz aquele post sobre o sono, no dia exato para ser bem dramática, a Malu endoidou com o sono da noite. Endoidou bonito. Quando ela deveria estar entrando em sono profundo, despertou do NADA e começou a chorar. Chorou, chorou, chorou e depois, ploft, dormiu. Como eu tinha mencionado no post, são alterações de sono. Acontecem. De boa. Beleza. Só que depois daquela noite, nossas vidas nunca mais foram as mesmas. Viemos num processo de "desevolução" constante do sono que culminou com a atual situação: zero sono de dia, zero sono de noite. Com muita batalha, as sonecas do dia duram 20 minutos, às vezes meia hora. À noite, depois da rotina, ela cai no sono por uma hora e depois é um tal de mamar eterno. Mamar, mamar, mamar como se não houvesse amanhã. Tínhamos adotado a cama compartilhada estendida já (nós na cama grande e ela na caminha dela, sem a grade lateral, colada na nossa), tivemos que retroceder à cama compartilhada normal por duas razões: dou de mamar deitada pelo menos para descansar as costas e ela simplesmente não aceita ficar no seu canto sozinha, não interessa se é ali do lado. Então, estamos assim: José no canto dele entrevado, eu no meio bem entrevada e Malu na ponta num mix de agitação sonâmbula e contentamento por não estar sozinha. Ela tem dormido com o peito na boca. Sério. Peito na boca e mão agarrando meu pijama. Se eu me afasto um pouquinho pra tentar relaxar o braço ou ela acorda ou vem se arrastando com a cabeça (???????????) até encostar em mim de novo.

Agora quiséramos nós, o problema fosse só o sono. Quiséééééramos. Ela tem umas alterações bruscas de humor. Em um segundo estamos aqui lindamente brincando, sendo felizes. No segundo seguinte, chororô incrível sabe-se lá porque. Antes de chorar muito, ela aprendeu a gritar. Aí sempre rola a dúvida se o grito é uma verbalização primitiva de desejos não muito bem coordenados ou se vem zanga por aí. Nos dias mais críticos, ela não quer colo, não quer carrinho, não quer sling, não quer deitar de barriga pra cima, nem de barriga pra baixo, nem nada. Não anda muito afeita a brinquedos também. Duas coisas que ainda a entretém por um tempo são a Meg e a nossa cara. Ambas sempre tentando ser alcançadas por uns dedinhos cheios de baba. 

Estranha completamente as pessoas, exceto eu e o pai. Não quer nem saber dos outros. Não chegue junto, não fale perto, não faça contato visual. Ela bota logo a garganta no mundo! Começa a fazer aquele biquinho, as pessoas acham lindimais, falam ainda mais com ela e o resultado: UNHÉÉÉÉÉÉÉÉÉ! Só calará no peito. Ah o peito! Tenho impressão que ela olha pra mim e vê um peitão gigante (o que é quase verdade). Se recusa também a ficar no carrinho enquanto fazemos as refeições. Gosta de sentar no colo e observar o movimento dos copos, talheres, bocas. As mãos são um capítulo à parte. Ela está absolutamente maravilhada com seus dedinhos de salsicha. Encantada. Olha tanto pra elas que até fica vesga. Os pés ainda são só um detalhe curioso.

Meudeus, mas que coisa linda é essa que eu to vendo aqui? Ela se mexe!


Então, definitivamente, isto é um salto. O primeiro que eu soube reconhecer. Até porque, né, com essa agressividade toda, quem não reconheceria? Daí que eu tenho andado bem acabadinha, contando até 10 várias vezes, pedindo forças aos orixás, repetindo o mantra materno (Vai passar, vai passar). Já me senti bem menas por faltar a paciência alguns momentos. Já afundei minha cara no travesseiro e me perguntei: tanto bebê no mundo, por que logo o meu não dorme? Tentei banho de chuveiro, levar pra cama mais cedo, levar mais tarde, tirar soneca, botar soneca. Nada funciona e creio que não vá funcionar. O que me consola é que, pelas minhas contas, já vamos em quase 4 semanas de terror. Se o salto dura entre 4 e 6, logo deve passar (logo = mais umas duas semanas. senta e chora).

Daí que a lição de hoje é: não postar se achando a espertinha porque não há batalha vencida nessa coisa de maternagem. Não na minha maternagem.

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Tá todo mundo engravidando, gente! Que lindo! Também quero! (Brincadeira, mãe)
Parabéns, Talita! O em breve vai ser muito em breve mesmo.



9 comentários:

  1. Olha só! Zoe fez algo semelhante! Acordou, trouxe pro braço, embalei, dormiu e 5 segundos deopis abriu o berreiro por 10 segundos. Voltou a dormir. Coisinha doida essa minha filha rs. Ô, Malu! Você tá lindinha demais! Demais da conta de linda, coisinha! Beijos cheiro em vc, Malu. Paz e boas horas de sono pros papais. rs

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    1. A Zoe é uma santinha perto da Malu! Uma santinha! Traz ela aqui pra dar um workshop pra essa minha doidinha. Hahhahahaha

      Beijo na família!

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  2. Narunaaaaaaaaaaaaa, muito obrigada! Num é que agora o título do blog vai fazer muito mais sentido agora? É uma felicidade sem tamanho! Ai ai...
    Quanto à Dona Maluzinha, ela tá que tá, hein? Mas é fofa assim mesmo!
    Assim como o Jorge aqui acima, desejo noites de sono maravilhosas pra vcs, seus lindos! rsrs!
    Beijãozão!

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    1. Releva a repetência da palavra "agora" na mesma frase. Coisas de grávida? kkkkkkkkkkk

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    2. É verdade. Ela tá mega estressada mais cada vez mais fofa com essas aquisições. Tanto tenho vontade de chorar como morro de rir com cada coisa. Os bebês são uma loucurinha mesmo! Tu vai já saber disso! Curte a notícia!

      Beijoooo

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  3. Ai, ai! O que te dizer? Repita o mantra, ele é verdade, vai passar sim! To torcendo daqui pra passar logo, né! Pra você e José conseguirem descansar. Mas olha, não existe certo, cada bebê é de um jeito, você conhece a Malu e vocês vão se entender sim, pra dormir, mamar e tudo mais. Muita força pra vocês!
    Beijos, Rita
    http://melancianabarriga.blogspot.com.br/

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    1. To agarrada ao mantra, Rita! Agarrada! Fica mais fácil assim. Hahahaha
      E realmente, cada bebê é um bebê. Uma hora a gente se entende. A confusão também faz parte!
      Beijos em ti e na Sementinha!!!

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  4. Romana, o que te falar? vai passar, vai passar! tenha fé!

    Não existe batalha ganha mesmo, é um aprender e desaprender constante, sempre!

    Beijos, vou torcer por vocês!

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  5. (comentário em duas partes, culpa do João!)
    Aqui tambem estamos em um pico de alguma coisa, sei que o sono tá complicado, coisa que passou dias, meses sendo uma maravilha... eu me gabava, bem feito pra mim!
    Mas um dia de cada vez, vai passar!

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