sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Puerpara que agora é hora do show das poderosas


Antes de soltar o som pra vocês me verem dançando, um muito obrigada bem grande e só amor no coração pelo post do relato. Pensem numa repercussão! Não tinha nem como continuar com aquele “nó” depois do tanto de carinho que recebi. Já assentei minha cabecinha que fiz a coisa certa praquela altura e como disse a Vaquinha no comentário dela, “as vantagens de sermos pessoas esclarecidas e informadas é termos o poder da decisão nas nossas mãos”. Definitivamente fechei o capítulo parto.

Virando a folha, cheguei nele, o puerpério, o terror das famílias desse mundo e dos outros. Seu exército pode ser pesado e ter o poder que tiver, mas o pós-parto é LOUCURA. Loucura de amor, de sono, de choro, de babação. É loucura. Fim. Vou confessar que sempre que eu lia as dicas/textos/relatos dizendo que essa era uma fase delicada e tal, ficava meio naquela “ai, será que é isso tudo?”. É sim. É isso tudo que você está pensando. É tipo bater um suco pressionando o botão “pulsar” do liquidificador, aquele que tem toda força. Ok que eu posso estar com meu exagerômetro ligado, vir aqui uma mãe e dizer que a vida dela foi um mar de rosas no pós parto. Um beijo no coração dessa linda, mas acho que em 99,78% dos casos acontece uma piração em níveis variantes. Lembram que eu cheguei a dizer que a Malu(ca) era um bebê fantástico, uma santa que só chorava pra trocar a fralda? Na segunda semana em casa, ela resolveu despirocar. Resolveu não dormir à noite, resolveu que ela devia fazer uns barulhos estranhos enquanto respirava (motivo pelo qual fomos parar nas urgências aos 11 dias. Diagnóstico: gases), resolveu que ela ia abrir aqueles olhos rasgadinhos pra nos matar de amor, resolveu só querer dormir no bebê conforto, resolveu desistir do bebê conforto, resolveu que bom mesmo na vida é balançar e balançar infinitamente. Tadinha da minha criança. Falando assim até parece que ela, hoje com 27 dias, resolve alguma coisa. O mundo todo doido e a gente querendo que ela seja razoável. Quem nós pensamos que somos?

Foram dias de aprender a lidar com ela e a lidar comigo mesma. Fisicamente, tinha os malditos pontos para administrar, um corpo voltando pro lugar no seu tempo e uma alergia. Não sabemos ainda exatamente o que, mas algo me intoxicou durante o internamento, provavelmente alguma medicação ou componente da epidural. Resultado? Uma empolação gigantesca nas pernas e nos braços. Coisa escabrosa mesmo. Imaginem carregar um bebê no colo quando a única coisa que você quer é se coçar como se não houvesse amanhã. Muito anti histamínico na fuça e só agora começo a ter minha pele de volta. Ficam aqui 2 alertas: medicação pra mãe que amamenta apenas com aval do médico e muito cuidado com as medicações dadas na maternidade. Sempre informem a que vocês têm alergia. Convém ficar atenta.

O meu leite desceu no 4º dia. E como desceu! Rolou um alto congestionamento mamário. Parecia que eu tinha duas bolas de boliche no lugar de peitos. Com massagens e mamadas, o perrengue passou em um, dois dias. Esse perrengue. Porque eu ainda tive a boa e velha fissura. Apesar de eu ser a patrulha da pega correta, ainda tive os mamilos machucados. Nada dramático, nada de querer morrer e matar, mas machucou. Caía uma lagriminha toda vez que ela vinha mamar tamanha a dor. Recorri ao melhor remédio de todos: o próprio leite. Passava nos mamilos depois da mamada, deixava secar e beijotchau. Mais 3 dias e tava tudo lindo. Machucar, machuca, é natural, mas pra coisa não ficar insustentável, o melhor mesmo é insistir pro bebê fazer a boa e velha boquinha de peixe. Ainda estou aprendendo a administrar todo esse fluxo lácteo. Jorra aqui que parece uma mangueirinha, porém sem válvula de ligar e desligar. E haja roupa manchada de leite, haja Malu se engasgando. Não sei como já tiveram coragem de perguntar se eu tinha leite suficiente "porque se ela chora deve ser fome" e a criança com uma bela barriga ganhando meio quilo por semana. Queridan, melhore! 

A senhorita aqui de casa basicamente tem os mesmos padrões de sono que tinha na barriga. Entre 23h e meia noite, ela desperta e aí, meus amigos, só com reza. Não tem embalo, banho e gracinha que dê jeito. Quando ela não chora, fica nos encarando deixando claro que todos os esforços em fazê-la dormir serão inúteis. Não tem “The happiest baby on the block” que dê jeito. Já tivemos vários momentos de “desistir”, pousá-la na cama e esperar ajuda divina. Geralmente nessa parte ela se cala e foca em qualquer coisa que esteja ao alcance dos seus 20 cm de visão. A essa hora da tarde parece cômico, mas no auge da madrugada é tudo muito desesperador.

Aí que você tem um peito jorrador de leite, não dorme mais que 2 horas seguidas por noite, está com o pescoço, braços e ombros todos destroçados e ainda tem que ouvir os bons e velhos conselhos/palpites. Porque de bebê, futebol, política e fofoca todo mundo entende. Com a alergia e até para nos habituarmos uns aos outros, ficamos esses dias todos sem visitas, o que foi fundamental para não pirarmos. Maaaaaaaaas, sempre tem um ou outro (leia-se vizinhos) que topam conosco na escada ou aparecem como-quem-não-quer-nada pra dar um “recado”. Nessa, tinha a Malu 5 dias e eu já estava escutando que não devia acostumá-la ao colo porque blá blá blá blá blá “eu fiz isso com a minha filha e blá blá blá blá”. “Carrega ela assim nessa posição” “Ai, tá chorando! Não será fome?” “Serão gases?” “Tem que ter uma chupeta. Eles ficam calmos com chupeta”. Ainda não derramei uma lágrima de desespero, mas já tive vontade de cortar muitas cabeças. Acontece que eu não sou barraqueira (porém devia) e nem retruco. Escuto as coisas, engulo seco, sorrio e finjo que não é comigo. Cada frase dessa rende um post à parte, principalmente a da chupeta. Pra já, resumo a minha opinião em “não vou colocar na boca da minha filha um pedaço de silicone fingindo que é meu peito. Beijos”.

Se eu pudesse dar uma dica a todas as mães que estão nessa fase ou vão entrar em breve, diria: tomem banho. É sério, gente. É mágico. O momento do dia em que eu sou minha e consigo restaurar a minha dignidade. Tem tido uma grande importância na manutenção da minha sanidade. O mundo já pareceu muito perdido, mas eu encontrei-o de novo debaixo do chuveiro. Depois de 20 minutos/meia hora ali, volto pro campo de batalha cheirosa, asseada, parecendo gente de novo e muito mais calma. Santo remédio pra essa semvergonhice de baby blues. 

Tenho uma penca de coisa pra falar, mas vai ficando pra depois. Tagarelar é ótimo pra manter a sanidade também, mas melhor ainda é conseguir almoçar antes que ela acorde. Só reiterando que tenho lido os blogs dazamigue, mas comentar é raro porque tenho usado mais o celular e ele nem sempre ajuda. 

Vou fazer que nem a Carol e deixar com vocês a foto da semana da barrig...não pera

Reclama da vida, mas ainda tem tempo de tirar foto no espelho

11 comentários:

  1. Uhuuuu! Que gata!!!
    Naruna, só te digo uma coisa (além de "corte as cabeças!): outro dia ouvi de uma pessoa que o puerpério é a forma que a natureza encontrou de deixar mãe e filho no mesmo nível. Imagina a Malu, tadinha, chegando nesse mundo louco, e encontrando uma mãe sã. Peixinho fora d'água. Mas estando você desse jeito aí ela olha pra vc e pensa: tamo junto, mamãe! <3
    Ah! Outra coisa: vai passar. hahahahah

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    1. Esqueci de colocar no post meu mantra favorito: é só fase, é só fase. Daqui a pouco, estou eu pedindo o colo dela. hahahahahaha
      Adorei a estória do nível! É bem isso mesmo, puerpirar para nivelar <3

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  2. "Restaurar a dignidade" hehehe Eu já sou viciado em banho, vamo ver agora que nascerem rs.

    http://emnomedospaisdemultiplos.blogspot.com/

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    1. Eu também já acreditava no poder de um banho e recorria a eles, além da higiene, para afogar umas mágoas. Agora virou necessidade física e mental. hahahahahaha

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  3. FIU FIUUUUUUUUUUUU! Tá gataaaa! hehe
    Pois é o puerpério é tenso mesmo, mas logo passa! heheh
    bjoksss

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    1. Passa sim. É só o temperinho, o gostinho do início de uma vida a três. Depois piora e melhora.

      Beijoooo

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  4. A cada leitura é como se fosse tu me contando tudo no escritório do Harém em meio as risos soltos e aquela cara de "bicha a senhora não ta entendendo"... Adorando cada relato é como se estivéssemos pertinho de vcs... e digo a senhora ta gata viu.. a "Paridês" lhe fez um bem danado....

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  5. Mulheeeer, amei tudo que tu escreveu, muito íntima! Parecia uma conversa de comadres. rsrs! Maluzinha tá lindona e tu super gataaaa, poderosas mesmo! kkkkkkk! Beijo grande pras duas!

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    1. Parecia que tava sentada na calçada conversando. hahahahahahahahaha

      Beijo de nós duas, lindona!

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  6. HONRA de ser citada, hehehe...que bom que a cabeça (e o corpo) estao voltando ao lugar! Gente, os pitacos sao "tirríver" mesmo né? Chateaçao da porra! E o pior sao os desconhecidos, no buzao, tipo trajeto de 5 minutos e querendo ensinar... Tô pensando seriamente em começar a responder "acho que nao vou saber criar mesmo, pode levar com a senhora"! A chupeta é o top dos conselhos alheios, afe
    Beijocas pras duas gatonas!

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    1. Pessoas, por que tão aleatórias? Sempre um pitaco. Na próxima, mando criar também. hahahahahaha
      Deus nos proteja porque vai ser isso o resto da vida. Oremos!
      Beijos de nós duas pra vocês duas!

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