sexta-feira, 28 de junho de 2013

Parto pra que te quero


E aí vocês me perguntam: onde djabo que tu tava, mermã? E eu respondo com:



Isso é que é um lavado a sério, minha gente! Estejam avisados que escrevo esse post sob forte influência de sabão de côco. Obrigada. De nada.

Bom, nesse meio tempo também comecei a assistir as aulas de preparação para o parto na maternidade onde sou seguida. Quem tiver umas dessas ao seu alcance, aliás, é muito válido. Mesmo que repitam todas as informações que você leu na internet ou soube em algum outro lado, nada como se sentir socialmente incluída. Nada como uma sala cheia de outras 20 e tal mulheres que sabem bem o que é um sufocamento barrigativo. No caso da Júlio Dinis, além de coisas bem específicas (tipo explicarem como é a estrutura do canal de parto e te darem o molde de uma bacia pra você entender como os ossos vão se mover pro bebê passar), eles aproveitam pra esclarecer também as políticas do hospital. E qual não foi a minha explosão de amor ao saber que o local onde Malu vai nascer é ABSOLUTAMENTE ENTUSIASTA do parto normal. Ok, tudo bem, tudo bem. Eu sabia que aqui as orientações da OMS são mesmo levadas a sério, respeitadas e cumpridas no sistema público de saúde. Então, eu não ia perder meu tempo debatendo com médico sobre a falta de necessidade de uma cesariana. Maravilha. Mas eu digo a vocês que não esperava tanta ênfase no protagonismo da mulher, na importância da atitude do parceiro e no convívio imediato do bebê com a mãe. Isso é reforçado em todas as aulas e eu solto lagriminhas de felicidade quando ouço.

PFVR ocupadíssima aprendendo
a amenizar contrações.
Deixem recado após o sinal.


Eu nunca tive um plano meticuloso de parto, mesmo porque eu sou péssima de planejamento pra qualquer coisa. A única coisa que eu tive na cabeça desde sempre é que seria um parto normal, como eu e meu irmão nascemos. Minha mãe sempre foi uma defensora da causa e eu cresci habituada a essa ideia. Desculpem aqueles que têm suas convicções, mas eu não consigo entender essa história de escolher a data do bebê nascer e preferir passar por uma cirurgia. Aliás, até entendo.  Foi criada toda uma cultura da dor em torno do parto. It's all about pain. Dor na contração, dor no expulsivo, dor e não sei mais o que. Com uma propaganda dessas, quem quer dor, né? Ninguém. Existe também um medo da nossa falta de capacidade de conduzir o trabalho de parto, medo de faltar força, medo de uma bacia estreita, medo de um bebê muito grande e por aí vai. Essa crença foi passando e ainda hoje é cultuada erroneamente. Ora vejam só, exceto em casos especiais, nosso corpo é preparado durante 9 meses para esse momento. Em nenhuma outra altura você vai ser tão dona de si quanto na hora do parto. Estou falando aqui do meu lugar de quem não pariu ainda, mas passou a vida ouvindo relatos. Creio que seja o ápice da consciência corporal de uma mulher. Depois disso, ela vai claramente saber aonde é capaz de chegar. E é isso que eu quero pra mim.

Parto normal, a meu ver, é tão normal, mas tão normal que eu nem sei defendê-lo propriamente. Deixo claro que não estou aqui falando de casos específicos, que tenham a ver com riscos para a vida da mãe e do bebê. Refiro-me a quando há opção. Também não vou ficar aqui fazendo pregações e tentando arrebanhar umas e outras pra minha igreja do PN. Agora se você está lendo isso e na dúvida se é capaz, eu te digo: é sim. É muito! Somos todas. Leia, converse sobre, escute, mas não opte pelo medo. A gente já vive com medo demais pra temer trazer ao mundo aquilo que ainda vai nos dar tanta coragem.

Sei que hoje eu vou dormir com a voz do enfermeiro na cabeça: “Não pensem as senhoras que vão parir aqui deitadas não. Trabalho de parto, o nome já diz, é trabalho. MUITO trabalho. Os vossos companheiros vêm praqui também trabalhar. São responsáveis por 50% de sucesso do procedimento fazendo aquilo que devem ter feito a gravidez inteira: zelar pelo conforto físico e emocional da mulher. Essa é a melhor forma de ajudar o bebé a nascer. É cuidar de ambos”. Amor sim ou com toda certeza de sua vida?

Agora que já dei meu ~~recadinho do coração~~, vou voltar aqui pra isso:

Lavou, agora falta passar, né quiridinha?


Faltam menos de 10 semanas. Já disse pra vocês? 10 SEMANAS!

5 comentários:

  1. Gente! Que lugar mais lindo do mundo, né?! E ainda apoia e incentiva o protagonismo do pai também, own, Muito amor!
    Meu sonho que os hospitais daqui fossem tão conscientes assim. Ainda bem que eu tenho a Casa de Parto, mas fico pensando em todas as outras mulheres... enfim!

    E essas roupinhas fofinhas e lindas e tudo de gostosura? ^^ Boa sorte aí nas arrumações!
    Uhuull!! menos de 10 semanas! Desde já, te desejo uma boa hora!

    Super beijo!

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  2. Nossa, Marina! Eu aqui só pensando em como seria bom receber esse tratamento no sistema público brasileiro também. Tantas mulheres teriam uma verdadeira experiência de parto. Rezo pra que isso aconteça um dia.

    Muito amor ver aqui o varal cheio dessas coisisinhas. A casa fica toda cheirando e a gente bestinha!

    Obrigada pelo carinho, querido!

    Beijo nosso aqui em ti e na Bolota!

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  3. Respostas
    1. Veeeeeeem, Nana! :D
      Ainda não é a-que-la maravilha sonho total, mas é um sistema público que te trata com dignidade e respeita o parto como ele tem que ser.
      Como não amar, né?

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  4. Com os dinheiros que vou pagar pra assistirem o meu parto aqui, eu teria o parto e puerpério nasoropa! Eike chique!

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