domingo, 12 de maio de 2013

A filha da filha da filha da filha da mãe


Essa não foi uma semana fácil, dentro da minha licença dramática. Já tinha até avaliado meu inferno astral como bem ok, mas as coisas meio que desandaram nos últimos 8 dias. Começando que fiquei doente exatamente no Dia da Mãe, domingo passado. Da Mãe, reparem bem. Ai, a literalidade portuguesa...Pois sim, era pra ser um simples resfriado que tomou proporções dramáticas. Noites mal dormidas com dor nas costas, de boa. Mas foram noites sem dormir com dor nas costas AND espirros AND tosse AND autosufocamentos. Resultado? Dona Naruna nas urgências e de molho. Porém recuperada a tempo de dar mais uma volta ao sol no dia 10, o primeiro aniversário verdadeiramente longe de Teresina. Choradinhas à parte, até me safei (exceto pelas 3 estrias que achei no meu peito anteontem, mas não vamos falar sobre isso que eu fico deprimida) e cheguei linda e redonda ao meu primeiro Dia das Mães (agora sim, o ~~brasileiro).

Desde bem antes dessa tal semana cabalística, eu venho pensando sobre como as coisas acontecem de um jeito engraçado na minha família. Minha avó é a primeira filha da minha bisavó e também deu-lhe a primeira neta, minha mãe. Danadinha que era, minha mãe teve a mim, primeira neta da dona Conceição e bisneta da dona Ozita. Danadinha que eu sou, estou à espera da primeira neta da minha mãe, primeira bisneta da minha avó e primeira tataraneta da minha bisavó, que está lá em Brasília muito linda e muito lúcida acompanhando todas as notícias de cá pelo Facebook. Coincidência ou não, essa cadeia de pioneirismo maternal faz um sentindo engraçado hoje. Mentira. Não faz sentido nenhum, mas eu gosto de pensar que tem qualquer energia cósmica conspirando a nosso favor. Tenho um orgulho imenso disso, essa é que é a verdade. 

"Olha, mãe. Fiz uma barriga parecida com a sua"
"É mesmo, filha. Só que você ficou assim mais rechonchudinha RSRS"



Mesmo agradecendo todos os parabéns lindos que eu tenho recebido (obrigada, aliás, aos amigues e familiares), só vou me considerar digna da data de fato no próximo ano, com a cria debaixo do braço e tendo passado uns bons bocados mesmo porque eu nem ganhei presente #roletadaindireta. Porém, vocês sabem que já pago pela língua. A maternidade, aliás, é maravilhosa pra quebrar a cara e lembrar daquele “um dia você vai me dar razão” que a sua mãe te disse trocentas vezes. Acreditem. Falo porque nem pari ainda e o processo o-que-vai-volta começou a rolar. Aquele mamão que eu já fingi que comi? Tá todo dia no café da manhã agora porque faz bem pro bebê. A ameixa seca, a granola, a couve, o suco de laranja fresco. Tudo na dieta da lindinha. Mamãe toda chorosa com qualquer besteirinha que meu irmão mais novo fazia e eu “Ar maria, mãe. Ow besteira!”. Agora perguntem quem gargalha loucamente quando a embutidinha chuta? Quem? Quem já quis dormir agarrada com as roupinhas miudinhas? Quem já soltou aquela lagriminha marota quando ouviu o coraçãozinho? PAH na minha cara.

Deixando as demagogias de lado, mãe é mesmo mãe. E falo aqui não só da mãe que colocou no mundo. Falo da mãe que cria, a mãe que é pai, o pai que é mãe, a mãe que é a família inteira, a mãe que é mãe de quem quiser ser filho. Haja dia pra tanta mãe!

Daqui, da portinha que separa o ser filha apenas e o ser mãe E filha, estou com um baita medinho. Medinho de ainda ser muito filha pra ser mãe, mas vou tentar responder à altura. As referências são boas, o caminho se faz caminhando. A gente há de se entender, a gente há de se ajeitar.

Feliz(es) dia(s), mães, especialmente pra minha. E desculpa por aquele jogo de xícaras de café expresso que lhe dei em 2002. Na altura, pareceu fofinho, mas hoje eu sei que não, não foi um bom presente.

3 comentários:

  1. Morri duas vezes. De rir e de chorar...texto lindo!

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  2. Feliz dia, narus, pensei muito em ti hj. So te vendo pra contar o q tenho sentido com teus posts. Mas vou contar com risadas bestas e lagriminhas marotas, pq n consigo converter emoçao em palavra tão bem como vc.

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