Eu ia dar continuidade ao assunto parto normal passando aqui umas dicas de exercício de preparação, mas segurem aí que tenho um papo mais pendente pra já.
Quem acompanha a ~~blogosfera materna~~ (adoro esse nome <3) sabe que o casal do
Potencial Gestante teve uma bebezita linda mês passado. Eles não quiseram saber o sexo durante a gravidez e também deixaram pra escolher o nome depois que vissem a carita do bebê. 9 dias após o parto, a Luiza anunciou o nome da pequena: Constança <3 <3 <3 Aí quê que aconteceu? Enxurrada de amor, mas também de críticas. “Nooooooooossa, que estranho!” “Tadinha! Vai sofrer tanto buylling!” “Vou confessar que achei esquisito, mas o importante é ter saúde”. Minha gente, lia esses comentários e só pensava (tirem as crianças da frente do PC agora): Tomar no cu, né? Daí decidi falar sobre porque sim, eu tenho propriedade nessa área.
Vou começar logo dando a primeira e mais importante dica àqueles que não são os pais do bebê: a menos que sua opinião seja solicitada, APENAS AME o nome. Aliás, não precisa amar de verdade. Basta um “que lindo!” “que ótimo!”. Fim. Porque, convenhamos, por mais estranho que tenha sido o nome escolhido o filho não é de vocês. Ponto. Os pais têm as razões deles para escolherem aquele. Ponto dois. É indelicado. Ponto três.
Não se cutuca uma grávida/lactante com vara curta. Imagina ela chegando toda pimposa pra te contar o nome e você faz aquela cara de AAAAAAAAAAAAAAFFFF SOCORRRQUENOMEÉESSE. Ou ela vai querer chorar litroz ou ela vai querer te matar. Mas é matar a sério, não é brincadeirinha não. Matar tipo pra ver seu sangue escorrendo pelo piso.
Escolher o nome de uma pessoa é um processo delicado. Demanda conversa, pesquisa, mais conversa, debates. Os pais ficam ali um tanto de horas discutindo. Um quer um nome, o outro quer outro. A mãe tem certos princípios, o pai tem outros. Eu mesma consultei N listas, baixei incontáveis aplicativos e interrompi várias vezes o jantar pra falar sobre isso aqui em casa até chegarmos ao consenso. Sempre valorizamos nomes curtos e que a pronúncia em pt-br e pt-pt não destoasse muito. A coisa do significado também foi sempre considerada. Simpatizávamos com Filipa, mas significa “amiga dos cavalos”. FUÉN! Um dia, Malu surgiu, costurou nossos interesses e tava feito. Quatro letrinhas, pronúncia igual. Fechô! Então, a sociedade começa a questionar: e o nome???? Adoro a tensãozinha que fica no ar até a gente falar. Ainda não ouvi nada exatamente negativo sobre a nossa escolha, mas já vi umas caras do gênero “Sério?” e também questionaram por que não um nome português ou ainda “Ahhh...é brasileiro, né?”. Ainda bem, viu? Porque já tava com minha metralhadora aqui enfiada no cabelo para qualquer eventualidade. É sério. É não, é brinks. Tô num momento zen.
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Eu e a minha versão nipônica. Achei adequado. |
Falei que tinha propriedade sobre o assunto porque vocês já repararam que nome eu tenho, né? Romana Naruna. Acho que nunca questionei meus pais sobre o tempo que levou para ser escolhido, mas não deve ter saído assim de cara. Romana tem toda uma história, Naruna tem outra e Romana Naruna mais outra. A questão é? Sabem quantas vezes eu ouvi coisas feias sobre o meu nome? Imensas! Sabem quantas vezes eu tenho que repetir pras pessoas entenderem? Milhares. Sabem quantas rimas maldosas já fizeram? Fãããrias! Sabem quantas vezes eu me importei? Total de zero. Fui ensinada a amar o nome que eu tenho. Desde cedo, desde sempre. Adoro a exclusividade dele. Lembro que a primeira vez que viajei de avião, tinha uma aeromoça chamada Romana. Eu, do alto dos meus 9 anos, fiquei #chatiadíssima porque aquela mulherzinha estava roubando o MEU nome. Já topei com outras Romanas e Narunas por aí, mas Romana Naruna...vaput! Só eu!
A coisa toda é seja nome ~~diferente~~, seja nome comum, acho que a criança tem que ser ensinada a amar o nome que tem, divertir-se com ele, sentir prazer ao falar. E isso, eu acredito muito, vem da relação que os próprios pais criaram com o nome, como o defenderam diante dos benditos comentários. Mais uma vez repito, a decisão não é fácil. Estamos escolhendo algo que alguém vai carregar a vida toda. Façamos com amor e o rebentinho será grato (Anotem isso e se eu tiver problemas depois, por favor, esfreguem na minha cara).
E aos amigos, conhecidos, simpatizantes: aprenderam a lição que a tia passou hoje? Vale pra outros quesitos que não o nome também, aliás. OPINIÃO SÓ QUANDO SOLICITADA. A família agradece e nossa relação será muito melhor, acredite.